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Tenho medo de Cemitério!
Tenho medo de Cemitério!

Olá meus irmãos e amigos eu gostaria de compartilhar uma linha de raciocínio sobre esta frase “Tenho medo de Cemitério!”. É muito comum ouvir esta frase de muitas pessoas e o que mais me espanta é que esta frase é dita também por muitos Umbandistas.

Danilo Lopes Guedes – médium do Núcleo de Umbanda Casa da Vovó e do Vovô – 29/05/2009.

http://www.casadavovoedovovo.org/

 

Muitos não gostam de Cemitério, sentem-se mal quando o Guia ou o(a) Dirigente informa que será necessário um trabalho no Cemitério, e quando o trabalho é a noite então? Nossa, meu Deus, ai sim é que piorou toda a situação.

Então eu pergunto, por que deveríamos sentir medo de Cemitério? O Cemitério não  é um ponto de força? O cemitério não é a casa de nossos Pais e Mães Orixás? Encontramos, por exemplo, Obaluayê, Omulú, Yansã das almas, Ogum Megê, Oba (na concentração da terra), Nanã Buruquê (atuando nas forças de Omulú), Oxossi (nas árvores), Oxalá (campos e campinas) e Oyá (no tempo). Até onde eu sei, nós cultuamos estes Orixás em nossos trabalhos na Umbanda, fazemos pedidos e agradecemos constantemente a força deles. Então por que deveríamos ter medo de ir até sua morada, até seu ponto de força?

Eu acredito que deveríamos sentir justamente o oposto, deveríamos sentir conforto e honra em estar em solo Sagrado.

E claro que não apenas encontramos os Orixás, mas também os nossos Guias de trabalho que atuam nestes pontos de força, como Caboclos, Preto(a)s-Velho(a)s, Exus, Pombas-Giras e outros. O mais engraçado é que muitos têm Guias nas quais servem a estes Orixás, tem orgulho de ser Cavalo deles, mas tem medo de ir até seus pontos de atuações. Percebo que não existe coerência com relação ao sentimento de “Medo”, algumas pessoas preferem visitar um Hospital a ir ao Cemitério. Só lembrando que no Hospital o risco de obter uma doença (material ou espiritual) é muito maior do que no Cemitério, pois existem as doenças vagando pelos corredores e desencarnados na mesma situação.

Os nossos Guias muitas vezes chegam até nós em ambientes conturbados, confusos e mesmo assim eles nos visitam, nos protegem e não sentem “medo” de nossas moradas. Com base nesta estrutura eu acredito que não precisamos “Ter Medo do Cemitério”, precisamos ter sim o devido “Respeito”, pois estamos falando de Solo Sagrado.

Agora eu peço a atenção de todos e vamos fazer um pequeno e simples comparativo: Quem gosta de se banhar nas águas sagradas de Mãe Yemanjá? Acredito que muitos responderam: Sim eu gosto.

Então qual é  o nome dado ao Mar Sagrado dentro da Umbanda? Isso mesmo, “Calunga Grande” e qual o nome dado ao Cemitério dentro da Umbanda? Perfeito é a “Calunga Pequena”, encontramos algo comum entre os dois pontos de força. A Calunga.

Então por que não sentimos medo de entrar no Mar, se é Calunga? Será que é  por causa da visão da água que dá a impressão de limpeza e no Cemitério encontramos terra dando a sensação de sujeira? Ou será que é por falta de conhecimento de nossa parte? Desculpem, mas não tem lógica, ter medo da Calunga Pequena, e enquanto isso nos banharmos nas águas da Calunga Grande.

O que eu entendo de nós médiuns, e de outros adeptos da Religião é que devemos entrar, permanecer e sair das Calungas com o mesmo respeito, pensamento positivo e com carinho que fazemos em outros pontos de força como as Matas, Pedreiras, Cachoeiras, etc. Pois são moradas de Nossos Pais e Mães Orixás e de nossos Guias de Luz que nos amparam em nossos trabalhos espirituais.

Pra mim o medo nada mais é do que a falta de conhecimento, ou seja, tudo que “não conhecemos” ou “não dominamos” nos dá medo. Só que agora irmã(o), você já tem consciência e sabe que a Calunga é uma Morada de nossos Orixás e Guias, logo não precisamos mais ter Medo.